No mundo da arte contemporânea, poucas exposições conseguem cativar os sentidos e redefinir tradições como A Tona, a mais recente coleção da artista espanhola Lola Escámez. A exposição, atualmente em exibição, convida os visitantes a mergulharem numa experiência artística única, onde o vinho se transforma em pinceladas, texturas e emoções.
O que torna o trabalho de Escámez verdadeiramente inovador é a sua técnica revolucionária: ela usa vinho como se fosse aguarela, aplicando-o em diferentes superfícies para explorar a imprevisibilidade da oxidação, da intensidade e da profundidade cromática. A evolução natural dos pigmentos cria um efeito visual dinâmico, tornando cada obra uma peça viva.
A Tona não é apenas uma exposição de pinturas; é um convite para explorar a fluidez do vinho na arte. As texturas variam entre camadas delicadas e translúcidas até manchas profundas e aveludadas que evocam a passagem do tempo e a essência da vinificação. A interação entre luz, ar e líquido resulta num diálogo orgânico entre matéria e significado.
A abordagem artística de Lola Escámez rompe com os métodos tradicionais de pintura, posicionando-a como uma pioneira nesta disciplina. Ao escolher o vinho como meio principal, ela liga história, natureza e emoção num único traço. O processo imprevisível de oxidação adiciona uma qualidade efémera e dinâmica às suas obras, tornando cada peça única.
Para além do impacto visual, A Tona desafia a nossa perceção sobre os materiais artísticos. Levanta questões sobre sustentabilidade, pigmentos naturais e a fusão das experiências sensoriais. Poderá um gole de vinho e um traço de pincel contar a mesma história? Escámez responde com um “sim” incontestável.
Brochura: